SUA VÓ MEU BASSET
Eu não tive só rãs,
coelhos ou bicho de pé, não. Tive , também um bicho comprido, baixinho, de
pernas tortas e o nariz gelado: era um cachorro basset. Seu nome era “Sua avó”.
Eu a adorava quando alguém me perguntava _ Como é o nome dele?
_ Sua avó!
_ Como?
_ Sua avó!
_ Minha avó? Ò
menina mal criada! Então esse cachorro é a minha avó? Mais respeito!
_ Não é falta de
respeito não, é que o nome dele é Sua avó.
Sua avó ia sempre pescar comigo, no
tempo em que a lagoa rodrigo de Freitas ainda tinha peixe. Isso foi um pouco
depois de Cristo, no tempo em que eu era criança.
Naquele tempo muito antigo nem
existia poluição. Agente chegava até a comer peixe pescava naquela lagoa. Pra
quem não é do rio, vou explicar: A lagoa Rodrigo de Freitas fica no jardim
Botânico em Ipanema linda de se olhar, horrível de se cheirar. Em volta tem
muitos apartamentos de gente rica e quando ela fede as pessoas fecham os narizes
e as janelas , mas linda ela sempre foi, quando eu era criança ela tinha cheiro
de mar um cheiro limpo e mais linda do
que ela é hoje, porque era cercada de coisas muito antigas , não sei se vocês
conhecem, era umas coisas verdes chamadas árvores, coisas de outros tempos.
Sua avó e eu íamos pescar
barrigudinhos, que são uns peixes barrigudinhos, ora! Eu levava anzol, vara e
isca. Sua avó levava o focinho, as patas e o rabo lá dele, é claro. O rabo de
sua avó era comprido, vivia balançando de um lado pro outro, por motivo de sai
avó ser muito alegre, Sua avó era marrom não a sua avó, não falo dela, por
favor, não faça confusão! Estou falando de sua
Avó, meu cachorro, tá?
Isca de barrigudinho é minhoca.
Naquele tempo, em vez de asfalto ou ladrilho decorado, em vez de carpete ou
tábuas corridas, o chão tinha terra e a terra tinha minhocas formidáveis! Era
só remexer a terra , a gente emcontrava minhocas. Depois era ir pescar!
Fomos pescar, Sua avó e eu. Sentei
numa pedra, Sua Avó começou a latir. Aí
eu disse pre ele:
_ se você latir , vai espantar os
peixes! Psiu! Tem que ficar bem quietinho, ouviu?
Sua Avó era muito inteligente, por
motivo de ser cachorro. Cachorro é mais inteligente do que adulto ou criança.
Já conheci muito adulto ou criança. Já conheci muito adulto ou criança , da
raça gente, bem burros, mas cachorro, sempre conheci ultra-sábios. Sua Avó era
ultra -sábio.
Passou um tempinho, puxei a linha,
não veio peixe. Joguei a linha, passou um tempinho não veio peixe, joguei a
linha, passou um tempão, não veio peixe. Pescar é muito interessante, porque,
geralmente, a gente dá banho em minhoca e não pesca.
Depois de uma hora vinte minutos e três segundos e
meio, lembro exatamente pois foi um
acontecimento estarrecedor em minha vida e na vida de sua Avó, puxei o anzol e
só veio a minhoca espirrando um pouco, poia a água estava meio gelada, mas não
veio peixe. Aí dei um puxão na linha, joguei pra trás pra depois jogar pra frentw
dentro da água... aí... ai... Que horror! Que horror! Que horror! Mas que
horror!
Nem sei se conto. Você pode chorar,
e eu só gosto de contar histórias alegres, mas... aconteceu um horror mesmo:
quando joguei o anzol pra trás puxei pra frente, pesquei Sua Avó pelo nariz.
Sua Avó fez um escândalo, enfiou o rabo entre as pernas e saiu correndo,
arrastando a isca, a minhoca atravessada no nariz, o fio e a vara, uivando,
parecendo uma sirene de bombeiro! O escândalo
foi tamanho, que apareceu uma velha com um balde d’água, perguntando
onde era o incêndio. Sua Avó corria na frente, uivando, eu atrás.
Perto dali, havia a Hípica , que é
um clube, onde cavaleiros e cavalos pulam obstáculos. Quem pula mesmo é o
cavalo, coitado, ainda carregando o cavaleiro. Aquele clube é muito elegante e
existe até hoje. Só que naquele tempo não tinha o muro que tem hoje, era
cercado por uma cerquinha de arame.
Era dia de competição. Cavaleiros
vestidos de casaca vermelha saltavam obstáculos montados em cavalos brilhantes
de tanta escova e... de suor também! Em volta, um público entusiasmado aplaudia
um cavaleiro que ia pular ( ele não, o pobre cavalo) o último obstáculo.
Foi aí que Sua Avó entrou pelo
picadeiro adentro, uivando, com o anzol, a minhoca, o fio e a vara de pescar, e
eu, atrás, além da velha do balde.
O cavalo levou um susto, deu meia
volta de repente. O cavaleiro caiu de cabeça. Ainda bem que foi dentro do balde
da velha, ficou meio esbaldado, mas foi melhor do que cair, por exemplo, em
cima do nariz de Sua avó . se tivesse
acontecido isso talvez a tragédia fosse maior: o cavaleiro poderia ficar preso,
junto com o focinho de Sua Avó, na minhoca, no fio, na vara, avessando pelos
fundilhos. Isso, raças ao balde não aconteceu.
Naturalmente, foi um pouco difícil, depois,
serrar o balde pra tirar a cabeça do cavaleiro que tinha ficado presa, não
saía. Debalde todos os esforços, o balde grudou na cabeça do cavaleiro. Mas o
veterinário, que cuida de cavalos na Hípica, tinha uma serrinha de serrar balde
de cabeça de cavaleiros e resolveu o problema.
Depois de tanta emoção, só faltava
tirar o anzol do nariz de Sua Avó. Coo a festa já tinha sido estragada, o
veterinário resolveu “veterinar” mais um pouco. Chegou pra mim e perguntou:
_ Como é o nome do animal?
Veterinário tem mania de chamar cachorro de animal, uma antipatia. Eu,
danada, respondi:
_ Sua Avó!
_ ó menina desaforada, como é que
você mete minha avó no meio dessa confusão? Mais respeito!
_ O nome do meu cachorro é Sua Avó!
_
Pois eu vou me queixar é à sua avó, menina mal criada! _ gritou o veterinário
roxo de raiva.
Não sei por qual
motivo o veterinário pensou que a velha do balde fosse minha avó. Foi pra ela
enfezadíssimo e perguntou:
_ A senhora não deu educação pra sua
neta, não?
_ nesse momento, Sua Avó ficou
irritado com o veterinário. Sua Avó não admitia que ninguém me tratasse mal.
Mesmo com anzol no nariz. Sua Avó veio pra perto do veterinário, rosnou, rosnou
e de repente, NHOC! Mordeu o veterinário no nariz.
Na confusão, o anzol saiu do nariz de sua avó
e foi parar no nariz do veterinário.
Pra curar anzol preso no nariz de
cachorro, só mesmo um veterinário, não é verdade?
O veterinário foi procurar um médico, pois ele
só sabe cuidar de animal. O médico, com certeza tirou o anzol.
Eu é que fiquei sem pescar barrigudinho
e a velha está sem balde, até hoje. É isso aí.
( Sílvia
Orthof )
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirooooooooiiiiiiii
Excluirvocê tem muitos erros de ortografia.
ResponderExcluirProve os erros que está falando .
ExcluirGente! Que delicia ler essa história. Li isso na minha infância,que saudade. Deve fazer quase 30 anos. Certamente vou ler pro meu filho. Obrigada por disponibilizar. Gisely de Uberlândia-MG
ResponderExcluirBom trabalho e emprego MTE ministério do trabalho e não consigo abrir o arquivo XML da nota fiscal eletrônica que deve ser enviado para o dia todo e qualquer dúvida estamos aqui
ExcluirMuntos mais hiastorisa lida sem eu ler
ResponderExcluirResume essa história pra mim
ResponderExcluirNão
ExcluirVocê tem muitos erros de ortografia emmmmmmmmmm
ResponderExcluirEu li no meu livro e estava muito diferente
Qual é o parágrafo 17 do texto Sua Avó meu basset?
ResponderExcluirPelo amor de Deus eu preciso do reconto um repertório de palavras alguém pra me ajudar?
ResponderExcluirAlguém?
ResponderExcluirHá 13 anos atrás eu li essa história e nunca me esqueci. Foi muito bom relembrar.
ResponderExcluirmuito legal, triste e engraçado!!!!!!!!!!
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